Apesar do que o titulo possa sugerir não vou falar de sólidos geométricos. Não não, isso seria parvo. O prisma é o sentido metafórico da palavra. O entretenimento infantil, desde músicas a livros e jogos já não é o que era, graças às mudanças que o despontar do século XXI trouxe à sociedade.
O glorioso século XX vai para sempre fazer parte das mais tórridas lrmbranças dos membros do Bananaphone e de tantos outros nascidos na década de 90. Foi aí que tivemos a nossa infância propriamente dita com os anos da mais pura inocência e que nos faziam desconhecer o conceito de " politicamente incorrecto". Mas agora os anos são outros e basta um professor levantar um bocadinho a voz a uma crinaça que é logo suspenso sem remunerações. E isto porquê? Porque na opinião dos mais adultos e "sábios" que nós, a introdução de certas brincadeiras, jogos, ou rituais pode perturbar o crescimento da criança. Fizeram coisas que roçam o limiar do absurdo e do estúpido como mudar a letra do " Atirei o pau ao Gato" para " Atirei o pão ao gato".
O QUÉ ISTO, VALHA-ME DEUS??????
Eu cresci a ouvir essa música quase todos os dias e nunca mas mesmo nunca me fez mal a mim nem a qualquer miudo que eu tenha conhecido. Era a música da nossa infância, falava sobre atirar paus a gatos mas nunca vi alguém a atirar paus a gatos por causa da canção. A maior parte das crianças não pensa nas letras das músicas! Elas ouvem as canções mas para elas atirar o pau ou o pão é a mesma coisa! São crianças, não têm a mesma capaciade de análise que nós! Como em tudo há excepções mas acho escusado. As músicas infantis e os desenhos animados são crueis por natureza! Já se deram por vós a pensar no conceito do " Tom e Jerry"? Um gato e um rato sempre à estalada e a dar porrada um no outro! E isto nos anos 50, anos de machismo e de repressões em Portugal. Mas ninguém dizia nada na altura e continuam a não dizê-lo agora. A BT já falou sobre isto das músicas infantis e eu vou pegar no assunto outra vez. Outro exemplo, a música " Olha a bola Manel". Querem algo mais sádico que isto? Uma criança está a jogar à bola e vem um cão e rouba-lhe a bola. E queixam-se de que é mau para as crianças? Não! Mas já é mau atirar paus a gatos, que ainda por cima não lhes acertam, e já tem de ser pãozinho para ele comer! A minha infância está magoada...
E como se não bastasse nem pensam bem nestas coisas de ter cuidado com o que as crianças vêm e lançam livros como este:
Pois é... Asustador não?Esta foto foi tirada este ano na Festa do Avante. É bonito não é? E no dia seguinte já não estava lá, o que significa que alguém teve os tomates ou as trompas de Falópio de levar aquilo para casa e ler ao petiz, que no dia seguinte foi provavelmente para a escola a chorar baba e ranho.
Um belissimo livro que não só ensina as crianças a pedirem palmadas no rabo como tem o seu quê de bondage, só que sem as dominatrixes e as chibatas. É isto que chamam apropriado para a criançada? Porque é que, já agora, não lançam a " Playboy Junior" ou o livro " Aprende a brincar com a tua pilinha com o Shin Chan", a criança mais politicamente incorrecta da história mas que no inicio do século foi seguida por milhares de crianças, inclusive eu, que a estou a seguir outra vez, na qual o personagem dizia coisas como:
- " Quanto medem os teus peitos?"
- "Tenho comichão na pilinha. Coças-ma?"
-"Tromba! Tromba! ( enquanto mostra a genitália)"
É que se estas coisas de tornar tudo mais correctinho para os miudos resultasse, até nem fazia muito mal. Mas a geração de crianças de hoje em dia, salvo como é óbvio as habituais excepções, não passa de uma geração que, embora separada por cerca de 10 anos de nós, não passa de miuditos mal educados e mimados, cujo o passatempo preferido é fazer birras. Só para que saibam eu muito muito raramente ouvia, no meu quinto ano, dizer palavrões. Os miudos de 5º ano da minha escola ( sim, cometeram o infeliz erro de por a escola do 5º até ao 12º) não dizem
uma frase sem dizer a palavra c******, f***-*** ou p***. Há tempos uma amiga minha disse olá a uma criança e ela fez-lhe um gesto feio, assim sem mais nem menos. Isto no meu tempo não era nada assim.
E sabem de quem é a culpa? Não é retórica.É que eu sinceramente não sei...DC