30/10/07

"Olhe, então saúdinha!"

Pego na mais famosa frase entre os velhotes (sem contar com a já famosíssima "Sabe quem morreu?") para descrever duas situações insólitas que aconteceram no SAP (Serviço de Atendimento Permanente - Até às 20h00) da minha área de residência (sim, apesar de ser um deserto, fazem falta coisas ligadas à saúde para os beduínos). Uma mais absurda que a anterior. Mas chega de "enrolanços" e vamos ao que interessa.

A minha mãe tinha de ir mostrar uns exames que tinha feito e eu aproveitei e fui também mostrar uns que também tinha para mostrar. Quando saímos do consultório da nossa médica de família, a minha mãe foi marcar uma consulta de oftalmologia (aconselhada pela nossa MF) e tirou a dita da senha e aguardámos. O que nos leva ao primeiro dos absurdos. Da última vez que reparei, os médicos "pregavam" contra o abuso do açúcar e para não se beber mais do que uma chávena de café por dia. Ora, na dita sala de espera, estavam lá, nada mais, nada menos, do que uma incrívelmente recheada Máquina de Doces (daquelas que só se vêm nos filmes que se passam em escolas nos EUA) e, ao lado, uma potentíssima e multifuncional Máquina de Café. E pronto. A primeira já está. Vamos então à segunda? Passados 15 ou 20 minutos de espera (bastante rápido, como sempre) a minha mãe á chamada para marcar a consulta e eu, como bom filho que sou, acompanhei-a. Quando a minha mãe disse que queria marcar a consulta, a senhora do antendimento (não tão permanente quanto isso) disse, e cito: "Volte cá lá para Novembro ou Dezembro para marcarmos consulta lá para 2008". "Lá para 2008". Chiça! Podia ter sido: "para o início de 2008". Mas não. "Lá para 2008". Como quem diz: "Arranjas em 2008 e é se houver desistências! E mesmo assim, não vou muito com a tua cara, por isso arranjas para 2009 e com muita sorte e cunhas!". Chiça! Catano! Que bom que o nosso SNS (Serviço Nacional de Saúde) é! Depois admiram-se de as pessoas recorrerem cada vez mais aos privados! Não admira! Com ADSE ou Caixa, acaba-se por se pagar o mesmo e fica-se, talvez, mais bem servidos! E não se dá dinheiro para o bolso de cretinos. Como o Mário Lino, por exemplo. TM